terça-feira, 23 de setembro de 2008

Camisas poídas

No tempo de Tuntacamon eu era analista de um grande banco estatal. Algumas de nossas funções exigiam que visitássemos, geralmente em duplas, os órgãos da Direção para chatíssimas e longas reuniões de enxugamento de gelo. Em função destas reuniões com pessoas aparentemente importantes erámos obrigados a usar terno mesmo no clima desértico e abafado de Brasília.
Tinhamos um colega que fazia as combinações mais berrantes possíveis, um dia foi de sapato marrom, meia branca, calça jeans preta, camisa de manga curta florida, gravata vermelha, paletó listrado e para completar um enorme óculos escuros.
Uma ocasião, fomos eu e o Miltão para uma reunião em São paulo e encontramos este colega por lá e aproveitamos para renovar algumas camisas poídas. Chamei o Miltão de lado e falei:
- O Miltão, vamos segurar o colega e ver se ajudamos ele comprar umas roupas decentes.
Saimos cada um para um lado escolhendo as roupas e nos encontramos no balcão para o pagamento. Lá vem o dito colega com uma camisa amarela manga. O Miltão, todo jeitoso, chega perto e fala:
- Olha, tem que ter cuidado com esta camisa, não é qualquer gravata que combina, não prefere uma branca? e ele todo confiante responde de bate pronto: - por isso mesmo estou comprando desta cor, para combinar tenho uma gravata maravilhosa.
O Miltão me olha desolado.
Como diz meu filho "Bom gosto é como braço, algumas pessoas não tem"

2 comentários:

Equipe Tire sua dúvida - Plano de saúde disse...

Deve ser aquele mesmo que tinha um terno branco, e parecia um plantador de fumo para charuto. Com tamanha galhardia, só podia mesmo ser chamado de Panda...

Dig disse...

Bom te ver por aqui.
É o próprio.
dig